Anda para aí muita gentinha a propagar estórias contra os professores, que ganham muito bem, que têm dois meses de férias no ano escolar, que é uma das melhores profissões, bla-bla e bla.
Eu cá gostaria de parafrasear "Perdoai-lhes Senhor que não sabem o que dizem" por tanta ignorância acumulada. Ora aqui mostro que para exercer a profissão de professor necessita, pelo menos aqui no Ontário, de quatro anos de Universidade acrescidos de mais dois anos de magistério, ou teachers' College, para não falar em mais anos para o mestrado e de especialidade donde destaco, como exemplo, o inglês como segunda língua, do ensino de crianças com dislexia, autismo, a paralisia cerebral espástica, atetósica, atáxica ou mista, esclerose múltipla ou distrofia muscular do tipo Dochennes, deficiência visual e tantas outras relativas à carreira docente no ensino para ensinar crianças com deficiências que chego à conclusão que ser professor é uma das mais difíceis no cardápio das profissões.
Isto só no que se refere no campo dentro das escolas ou melhor nas salas de aulas. E os assaltos físicos ou verbais que estão sujeitos muitos desses professores? E as muitas horas que mensalmente os professores gratuitamente "oferecem" como, por exemplo, depois das aulas regulamentares, terem que treinar muitos dessas crianças na educação física, basebol, hóquei, atletismo, basquetebol e muitos outros tipos de desporto?
Pela minha experiência ao longo destes 30 anos, não só uns poucos integrado no sistema de educação local como na vivência com jovens profissionais no sistema de educação, filhos de amigos meus, e no meu caso particular, com um filho exercendo essa profissão altruísta.
Agora também gostaria de clarificar o título de "Ser professor é arriscado".
Dias atrás 26 pessoas foram assassinados dos quais 22 estudantes dentro da escola elementar de "Sandy Hook" por um jovem tresloucado de 22 anos de idade, Adam Lanza, que usando várias armas abriu fogo indiscriminadamente matando 22 crianças naquele lugar na cidade de Newton, no Estado de Connecticut.
No meio daquele pânico do tiroteio e mortes, uma jovem professora de 27 anos, Victoria Soto, ao aperceber-se da situação, em vez de se por a salvo e não ser morta por aquele "diabo em pessoa" preferiu, por alternativa, de escudar, com o seu corpo, os seus alunos da primeira classe (grade one) dando chances que estes pudessem fugir e procurar refugio noutro lado.
Para mim, a professora Victoria Soto, é uma heroína que aceitou a morte para proteger os seus alunos.
Não tenho mais palavras para exprimir o meu respeito por esta jovem professora cujos alunos lhe tinham sido entregues não só para os educar e preparar para o caminho da vida mas também para os proteger.
Toda este drama está no curriculum vitae dum professor, uma actividade profissional de responsabilidade bem difícil e arriscada.
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